terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Até hoje sempre me recusei a ir a funerais. Não são momentos bons para ninguém, há sempre aquelas pessoas mais velhotas que vão para lá queixarem-se da sua vida quando há um morto para ser enterrado e uma familia para consolar, choros, lamúrios, orações, ... Recusei-me a ir aos funerais das minhas tias-avós e do meu tio F, com quem passava vários dias nas minhas férias de Verão. Nunca me senti confortável para ir.

Da primeira vez que decidi ir limitei-me a ficar à porta da igreja até ter oportunidade de dar um beijinho e dois dedos de conversa com a minha amiga (a mãe tinha falecido). Estava um caco como é óbvio e só de vê-la assim fiquei de coração partido.

E hoje fiz o que achei que não iria fazer tão cedo. Estive presente fora da igreja quando o caixão foi colocado no carro e estive presente na altura da cremação. Em nenhuma das situações me senti confortável, não sabia onde estar, como andar, o que fazer com as mãos, como agir. Não sabia ser eu própria.

Não soube o que lhes dizer apesar de ter pensado e ensaiado umas 3 ou 4 frases desde que soube a noticia. Mas no fundo isso não interessava para nada. O mais importante foi estar presente.

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